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Torcida Portuguesa

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE DESPORTOS

Após 26 anos, Severa volta a ser a mascote oficial da Portuguesa, junto ao Leão

8 de mar de 2021

3 min de leitura

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Uma das primeiras aparições da Severa nas página de A Gazeta Esportiva em charge de Nino Borges na década de 1940. Acervo Everton Calício


Compreender a história da mascote Severa da Associação Portuguesa de Desportos é resgatar uma parte da história do futebol nacional. Criada nos primeiros anos de vida do Clube e retratada através das páginas de A Gazeta Esportiva, pioneira publicação esportiva do Brasil, a Severa é considerada uma das primeiras mascotes femininas a representar uma equipe de futebol ao lado da sua “irmã” a Cachopinha da Portuguesa Santista. Os primeiros registros da mascote datam do final da década de 1930 e início da década de 1940, quando os desenhos da Severa  começam a apareceram nas páginas de A Gazeta Esportiva ao lado de outras mascotes famosas como o Mosqueteiro do Corinthians, o Santo Paulo do São Paulo, o Periquito do Palmeiras e o Moleque Travesso do Juventus.

A ideia de criar-se mascotes para representar equipes no futebol brasileiro surgiu através dos álbuns de figurinhas que eram uma febre entre as crianças. Nino Borges, um dos grandes chargistas da época resolveu inovar ao fazer desenho de jogadores no lugar das fotos.

Charge de Messias com a presença da Severa. Década de 1950.


Isso ocorre nos famosos álbuns das Balas Futebol, publicação que foi impressa entre 1938 e 1960. Ao lado das charges, as mascotes começaram a surgir para representar os principais times da época.

Foi através do lápis de Nino que se conhece as primeiras ilustrações da Severa, que ao longo do tempo foram seguidas por Messias, Miécio Caffé, Cícero e entre tantos outros chargistas.

A presença da Severa e da Cachopinha em charge de Nino Borges na A Gazeta Esportiva. Acervo Everton Calício


Com o tempo, a diretoria rubro-verde chegou a um consenso que necessitava atualizar o mascote do Clube para que ele ganhasse mais identidade junto a sua torcida. Foi assim que em 1994 ganha forma a ideia de se transformar o leão no novo mascote da Portuguesa. Assim, entrava em ação pela primeira vez o Leão do Canindé, feito e inspirado para mostrar a raça e a força do clube lusitano. Apoiado na ideia do projeto Footbal Card Jovem, que visava trazer novos e jovens torcedores ao Canindé a estreia do leão foi um sucesso e logo caiu no gosto da torcida lusitana que encampou a ideia, mas que, ainda sentia saudades daquele velho ícone do clube que a representou muito bem com seu lenço na cabeça, e seus vestidos típicos durante mais de sessenta anos.


Agora em 2021, no dia Internacional da Mulher, a Severa retorna a seu posto, depois de longos 26 anos, ela volta a ser a mascote oficial da Associação Portuguesa de Desportos junto com o Leão do Canindé em uma ação inédita de reforçar a identidade histórica do clube, seu laço junto às mulheres e também suas raízes. Em uma grande história, que já começou a ser contada com o desaparecimento do nosso Leão, a nossa querida Severa volta com chave de ouro.

Desenhada pelo Ilustrador e Designer Gráfico Rodrigo Eli, em conjunto com o Departamento de Marketing e Comunicações e Departamento Feminino da Portuguesa, a Severa retorna com traços e vestimentas modernas, além de duas novas tatuagens, da Cruz de Avis, em representação do nosso escudo, e de um leão, em homenagem a nossa torcida.

A personagem

Cartaz de estreia do filme A Severa


Em pesquisas realizadas em jornais e no acervo histórico do Clube a história da Severa sempre é remetida a figura de Dina Thereza, fadista portuguesa que fez fama entre os anos 1930 e 1960 e que inclusive, protagonizou a personagem Severa no filme homônimo que foi para as telonas em 1930.

Nascida em Oliveira do Douro, no Porto em 15 de novembro de 1902, Dina Thereza já sentia uma grande atração pelo teatro aos dez anos de idade. Aos trezes ela foge de casa para se juntar a companhia do teatro Águia Douro onde começa sua carreira de atriz e cantora.

A fadista Dina Thereza


Após passar por diversas casas como cantora de fados, Dina chega ao ápice de sua carreira quando é chamada para ser a protagonista do filme “A Severa”, película baseada na obra de Júlio Dantas após ganhar um concurso organizado pelo jornal Diário de Lisboa.

Devido ao enorme sucesso, Dina foi convidada em 1933, para uma excursão ao Brasil para apresentação de seu filme onde foi inclusive homenageada pela colônia portuguesa de São Paulo no Edifício Martinelli em um chá dançante onde cantou alguns fados.

Já na década de 1950 ela decide morar no Brasil onde atua como fadista em restaurantes típicos da colônia portuguesa em São Paulo e no Rio de Janeiro.  Nos anos 1960 retorna a seu país de origem, para rever seus familiares e só retorna ao Brasil na década de 1970 onde decide fixar residência permanente na cidade de Poá, município da Grande São Paulo onde vive até o seu falecimento, em 1982, aos 82 anos de idade.

Por Everton Calício

8 de mar de 2021

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